Olá Gurias! Tudo bem? Comigo sim!
Como sabem, apesar de não ter nascido no Rio Grande do Sul, carrego a tradição no coração - já que parte de minha família veio dessa região que tanto amo! Tudo bem que ainda sou uma negação quanto às danças (uma descoordenada total)... mas com certeza honro outras atividades da tradição. Dentre essas, a deliciosa tradição do chimarrão :)
Bem, devem ter visto pela mídia que essa semana (14 a 20 de setembro), comemora-se a "Semana Farroupilha". É um evento festivo da Cultura gaúcha,
que se comemora com desfiles em homenagem a líderes da
Revolução Farroupilha. O evento lembra o começo da Revolução Farroupilha - a mais
longa revolução do Brasil, que durou quase dez anos e tinha como ideal
liberdade, igualdade e humanidade.
E essa semana tem rodado na internet um texto - que segundo as publicações - de Arnaldo Jabor. Como gostei muito da mensagem, optei por colocá-lo aqui no blog :)
Confira!
"O Rio Grande do Sul é como aquele filho que sai muito
diferente do resto da família. A gente gosta, mas estranha. O Rio Grande do Sul
entrou tarde no mapa do Brasil . Até o começo do século XIX, espanhóis e
portugueses ainda se esfolavam para saber quem era o dono da terra gaúcha.
Talvez por ter chegado depois, o Estado ficou com um jeito diferente de ser.
Começa que diverge no clima: um Brasil onde faz frio e
venta, com pinheiros em vez de coqueiros, é tão fora do padrão quanto um Canadá
que fosse à praia. Depois, tem a mania de tocar sanfona, que lá no RS chamam de
gaita, e de tomar mate em vez de café. Mas o mais original de tudo é a
personalidade forte do gaúcho. A gente rigorosa do sul não sabe nada do riso
fácil e da fala mansa dos brasileiros do litoral, como cariocas e baianos. Em
lugar do calorzinho da praia, o gaúcho tem o vazio e o silêncio do pampa, que
precisou ser conquistado à unha dos espanhóis.
Há quem interprete que foi o desamparo diante desses abismos
horizontais de espaço que gerou, como reação, o famoso temperamento belicoso
dos sulinos.
É uma teoria - mas conta com o precioso aval de um certo
Analista de Bagé, personagem de Luis Fernando Veríssimo que recebia seus
pacientes de bombacha e esporas, berrando: "Mas que frescura é essa de
neurose, tchê?"
Todo gaúcho ama sua terra acima de tudo e está sempre a
postos para defendê- la. Mesmo que tenha de pagar o preço em sangue e luta.
Gaúcho que se preze já nasce montado no bagual (cavalo
bravo). E, antes de trocar os dentes de leite, já é especialista em dar tiros
de laço. Ou seja, saber laçar novilhos à moda gaúcha, que é diferente da jeito
americano, porque laço é de couro trançado em vez de corda, e o tamanho da
laçada, ou armada, é bem maior, com oito metros de diâmetro, em vez de dois ou
três.
Mas por baixo do poncho bate um coração capaz de se
emocionar até as lágrimas em uma reunião de um Centro de Tradições Gaúchas, o
CTG, criados para preservar os usos e costumes locais. Neles, os durões se
derretem: cantam, dançam e até declamam versinhos em honra da garrucha, da
erva-mate e outros gauchismos. Um dos poemas prediletos é
"Chimarrão", do tradicionalista Glauco Saraiva, que tem estrofes como:
"E a cuia, seio moreno/que passa de mão em mão/traduz no meu chimarrão/a
velha hospitalidade da gente do meu rincão." (bem, tirando o machismo do
seio moreno, passando de mão em mão, até que é bonito).
Esse regionalismo exacerbado costuma criar problemas de
imagem para os gaúchos, sempre acusados de se sentir superiores ao resto do
País.
O Rio Grande do Sul é possuidor do melhor índice de
desenvolvimento humano do Brasil, de acordo com a ONU, do menor índice de
analfabetismo do País, segundo o IBGE e o da população mais longeva da América
Latina, (tendo Veranópolis a terceira cidade do mundo em longevidade), segundo
a Organização Mundial da Saúde. E ainda tem as mulheres mais bonitas do País,
segundo a Agência Ford Models. (eu já sabia!!! rss) Além do gaúcho, chamado de
machista", qual outro povo que valoriza a mulher a ponto de chamá-la de
prenda (que quer dizer algo de muito valor)?
Macanudo, tchê. Ou, como se diz em outra praças: "legal
às pampas", uma expressão que, por sinal, veio de lá.
Aos meus amigos gaúchos e não gaúchos, um forte abraço!"
Gurias, faço das palavras de Arnaldo, as minhas :)
Um grande abraço e muitas rodas de chimarrão, churrasco e fandango :) - em especial aos meus pais que sempre fizeram questão de carregar essa tradição da família mesmo morando a praticamente mil km do Rio Grande amado...
Beijinhos, beijinhos,
Ana Laura - e sim, eu ainda aprenderei a dançar. É uma questão de honra!
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